quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Salvador x Morro de São Paulo

31 de Agosto


Esse foi o trecho mais curto e o mais rápido de toda a viagem até agora, mas foi também o mais desconfortável e estressante.
Saímos do Iate clube da Bahia as 6:30, já ventava bastante e o vento era leste, mas parecia mais um nordeste de tanto que ventava!
Logo na saída da Baia de Todos os Santos, já deu para ver que o mar não estava de brincadeira, para onde quer que você olhasse veria muitas ondas, e algumas bem grandes.
Como nós velejamos relativamente próximos a costa, tinha locais em que as ondas estouravam bem perto do barco.



Eu estava muito cansado, havia dormido pouco na noite anterior, pequei um travesseiro e deitei a boreste do barco e próximo a popa. Acordei encharcado com uma onda que bateu no costado e explodiu no convés do barco, fiquei igual a um “pinto molhado” A água estava muito gelada. Mas como o cansaço era maior, pequei meu travesseiro e deitei dessa vez enfrente a entrada para a cabine, pois tinha um “dog house” (uma espécie de para brisas de tecido e plástico para proteger do vento e da chuva). Quando pequei no sono fui acordado novamente por uma onda lavando o convés do barco, foi ai que escutei um barulho de água caindo, olhei para dentro da cabine e estava caindo uma cachoeira em cima da mesa onde estava meu celular, o computador, o modem da internet e mais alguns pertences do capitão. Fui ver de onde vinha essa água. Quando vi não acreditei, agente tinha encostado a caiuta, mas não tínhamos trancado. Pequei um papel toalha e sequei o celular e o modem, sorte que o computador estava no canto da mesa e caiu apenas algumas gotas nele. Pelo menos até agora tudo esta funcionando perfeitamente!



Após tirar tudo de cima da mesa, subi para o convés novamente, assim que subi o barco enfiou a proa em uma onda gigante e quando subiu a proa novamente trousse água suficiente para lava o convés inteiro, da proa até a popa. A coitada da nossa mascote tomou um banho que conseguiu ficar mais molhada do que eu. E é claro que entrou água por todas as janelas que esquecemos de trancar, e não eram poucas!
Aa10 horas já era possível ver o farol, chegamos em Morro de São Paulo antes do meio dia, o vento tinha virado para sudeste e entrar no canal não foi nada fácil pois estávamos sem uma carta detalhada do local, mas sabíamos que havia muitas pedras submersas e um banco de areia enorme de mais de um quilometro que avança até uma localidade chamada “Ponta do Curral”.




Depois de chegarmos em Morro, resolvemos explorar o canal, fomos até Gamboa, foi menos de meia hora navegando, e depois tentamos ir até a “ponta do curral”, chegamos bem perto, mas estava bem raso e o vento sudeste estava se canalizando em direção a Ponta do Curral, não seria uma boa ideia jogar a ancora naquele lugar. Resolvemos então voltar para Gamboa, pois lá era o melhor e mais protegido lugar para parar. Quando nos aproximávamos da praia passou um pescador e avisou que tinha uma laje de pedras imensa na nossa frente, foi por pouco. Ancoramos a uns 300 metros  da praia, pegamos o bote e fomos conhecer a região. Gamboa é um lugar muito bonito e aconchegante. Recomendo a todos.



Mais a noite descobrimos dois vazamentos no barco. Um vindo do resultado de ter passado por cima da rede e o outro foi o nosso sistema de água quente que estourou.
Trabalhamos umas duas horas para diminuir o vazamento que vinha do eixo do motor, pedaços da rede entraram entre o casco e o eixo, gastando a “gaxeta” (é uma borracha que impede a água de entrar pelo buraco do eixo). Não conseguimos parar a entrada da água, mas conseguimos diminuir bastante. O outro vazamento foi de água doce, a serpentina do boiler (um sistema que esquenta a água passando uma serpentina dentro do motor) furou, e parte da água que seria esquentada vazava para dentro do motor fazendo com que o radiador esborrasse e a água caia em cima do alternador. Para resolver o problema nós isolamos o Boiler, agora não temos mais água quente! Mas nenhum dos dois vazamentos põem em risco a viagem.
Quando fomos dormir, resolvemos ligar a televisão. Adivinha... caiu água nela também! Além de ter que tomar banho frio, também estávamos sem televisão!
Hoje vamos encalhar o barco cara tentar puxar o resto da rede que esta no eixo, vamos esperar a maré abaixar por volta das 11 e encalhamos o barco perto da praia. Assim que ela encher ela desencalha o barco. Pelo menos na teoria é assim, vamos ver na pratica! 

Um comentário:

  1. ola Kaio,Sou prima de seu pai de BHte, legal sua viagem!!! estou lendo todos os dias...Vou estar com Juarezinho sábado no Rio no niver de TITO.
    Sucesso pra vcs todos...
    Quem é sua mascote?
    bjs ROSA

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