sábado, 9 de outubro de 2010

Regata Noronha x Natal – 02 de outubro

A regata Fernando de Noronha x Natal completou nesse ano de 2010 19 edições, mas nem se compara a Recife x Noronha na quantidade de barcos participantes.
Enquanto na REFENO foram 150 barcos inscritos na Noronha x Natal teve apenas 33.
A regata tem um percurso de aproximadamente 200 milhas, e sua largada se deu às 9 horas da manhã do sábado.
Acordamos bem cedo para acabar de arrumar o barco, faltando meia hora para a largada fomos soltar a ancora, mas quem disse que ela queria sair do solo de Noronha! A ancora agarrou um uma pedra e só saiu depois que um mergulhador foi até ela com um cilindro de oxigênio. Resultado, largamos duas horas depois dos demais participantes.
Logo que deixamos o arquipélago o vento era brando, o mar estrava parecendo um grande lago e o céu tinha algumas nuvens que logo se dissiparam. Porem quanto mais nos afastávamos de Noronha mais ventava.



A noite também foi bem tranquila, só que ventava bem mais que durante todo o dia.
Por volta das 11 da manhã a mais de 35 milhas de Natal nosso barco foi cercado por golfinhos que nos acompanharam por alguns instantes




Chegamos a Natal só às 15 horas do Domingo e para nossa surpresa outros veleiros estavam por perto, pelo menos não éramos os últimos.



A nossa maior surpresa só se deu na festa de premiação que aconteceu na segunda feira, nos conseguimos ficar em 3° lugar na nossa classe. Ficamos surpresos quando chamaram a tripulação do WA WA TOO para subir no pódio, já que a comissão de regatas só divulgou os resultados na hora da premiação.



domingo, 3 de outubro de 2010

REFENO 2010

Chegou o grande dia. 25 de setembro, largada da REFENO.

Nossa classe foi a primeira a largar, as 14:40, mas como tivemos alguns problemas perdemos a largada do nosso grupo e as regras só nos permitiu partir após todos as grupos largarem, ou seja, largamos as 17 horas.


O vento forte favoreceu o WA WA TOO, pouco a pouco fomos ultrapassando os outros barcos. O mar estava bem agitado e o vento ficou próximo dos 20 nós.
Nossa tripulação não era muito experiente, estávamos em 5, mas só 3 sabiam velejar realmente.
A primeira noite foi emocionante, fiquei no timão até às 2 da manhã, só fui dormir depois de ter passado todas as “luzinhas” que estavam a nossa frente, essas “luzinhas” na verdade era outros veleiros. A lua cheia nos acompanhou madrugada adentro.




Dia 26 de setembro – Domingo

Quase não dormir, quando deu 4:15 eu já estava acordado no timão, comecei o dia com o sol nascendo entre as nuvens no horizonte. Já não avistávamos nada, muito menos outros barcos. Começamos a fazer as contas e se continuássemos navegando daquele jeito subiríamos no pódio com certeza, mesmo largando 2 horas depois dos outros barcos.
O vento aumentou bastante durante todo o dia, o barco navegava a 9 nós de média, chegando a 16 nós nas rajadas de vento, isso marcado no GPS.
Tirei a tarde para descansar e só voltei para o timão por volta das 17 horas, 10 minutos depois subiu uma onda bem grande ao nosso lado, e quando fui diminuir a angulação do barco e relação a onda para diminuir o impacto o timão não respondeu. Perdemos a roda de leme, o barco girou rapidamente em direção a leste e nós não tínhamos mais controle algum sobre o barco, mas ele continuou navegando assim mesmo, porem agora navegávamos  para uma direção 90° direita da nossa rota.
Nossos dois tripulantes sem experiência se apavoraram, foi uma cena podemos dizer que cômica quando escutaram eu dizer “perdemos o leme”. Mas é cômica agora, na hora nem o capitão acreditou, estávamos a mais de 120 milhas de Noronha e 190 milhas de Recife. O lugar mais próximo era Natal. Só que nós também estávamos a 95 milhas da costa.
Começamos a desmontar a roda de leme, vimos que uma corrente estava fora da catraca, colocamos no lugar na mesma hora, mas o problema não era assim tão fácil de resolver. Abrimos um compartimento para ter acesso ao sistema do leme. Um cabo de aço que controla todo sistema se solto das polias e o quadrante do leme por onde passa esse cabo e o piloto automático rachou. Na situação que estávamos era impossível consertar. A solução foi fazer um leme de fortuna (significa sorte em francês... já da para imaginar porque né?!), Usa-se a expressão "leme de fortuna" para designar qualquer objeto que substitua o leme no caso da perda deste, de forma a impedir que a embarcação fique à deriva. Depois de duas horas á deriva reassumimos parcialmente o controle do barco, mas confesso que era muito difícil controlar o barco através de cabos, pelo menos voltamos a navegar e estávamos no rumo certo novamente. Só que agora nossa velocidade era de seis nós, e ainda tinha mais de 110 milhas pela frente.
Minha esperança de ganhar uma medalha foi por água abaixo, agora tudo que eu queria era chegar logo em Noronha.
A noite foi terrível, controlar o barco com cabos ao invés da roda de leme era desanimador. Sem falar que a pele da mão foi embora logo nas primeiras horas!
Mas no final tudo deu certo, cruzamos a linha de chegada exatamente às 13 horas, 54 minutos e 35 segundos da segunda feira 27 de setembro. Completamos o percurso de 315 milhas em 45 horas. E para nossa surpresa muitos barcos chegaram depois da gente. Fomos o 13° barco da nossa classe a cruzar a linha de chegada.
Segundo a organização, dos 150 veleiros inscritos só 96 chegaram, muitos desistiram ao ver a força dos ventos e o tamanho das ondas que passavam dos cinco metros o voltaram para Recife logo nas primeiras 30 milhas.  31 veleiros foram resgatados pelo rebocador e pela fragata da marinha que nos acompanhou por todo o percurso.



Apesar de tudo a experiência foi incrível, Fernando de Noronha é um lugar muito bonito e recomendo a todos conhecer esse pedacinho do Brasil.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

João Pessoa x Recife - 22 de Setembro

Passamos uma semana na Paraíba. Aproveitamos a grande variação da maré para arrumar o barco inteiro. Pintamos e limpamos o casco e o convés, colamos antiderrapante, revisamos a parte mecânica e fizemos muitos outros serviços.
Ficamos na Praia fluvial do Jacaré, dentro do rio Paraíba. Lá pudemos presenciar todos os dias um por do sol mais lindo que o outro.
Saímos às 7 horas da manhã de João Pessoa, navegamos pelo rio Paraíba até chegar ao porto de cabedelo, e então ganhamos o mar, que não estava nada amigável conosco.
As ondas estavam bem grandes e o vento forte, subíamos uma onda atrás da outra e a corrente nos jogava em direção ao continente.
Logo na saída de Cabedelo o piloto automático deu os primeiros sinais de que o mar estava forte de mais para ele, não deu outra por volta das 16 horas ele parou de funcionar. Foi ai que começou a aventura de verdade. Tínhamos a noite toda pela frente tendo que levar o barco na mão! E o pior de tudo era o frio, o barco era chacoalhado pelas onda e único lugar seco no barco era dentro do micro-ondas. A água entrava por toda e qualquer fresta existente.
A noite foi dura, o frio e o sono eram nossos piores inimigos e gastamos 23 horas até recife. Na ida não gastamos 16.
E logo após chegarmos iniciaram os preparativos para a regata. Abastecemos o barco com água e combustível, amanhã vamos fazer a limpeza interna e as compras e então o barco estará pronto para largar.




sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Praia do Jacaré - Paraíba

O Nordeste é lindo, mas o por do sol aqui na praia do Jacaré é deslumbrante! O sol se mistura ao colorido das nuvens, um vermelho quase purpura domina o horizonte, e os últimos raios se refletem nas águas do rio Paraíba que é quase um mar.



A paisagem é inesquecível, e ainda tem um saxofonista que todo dia antes do sol se por pega um barquinho e vai tocar o “Bolero de Ravel”, e o som é transmitido para todos os restaurantes que estão na beira da praia, que na verdade é uma praia fluvial.  O ritual é executado diariamente pelo Jurandy do Sax há mais de 10 anos, e os 17 minutos que o sol leva para se por coincide exatamente com a duração do bolero de ravel.



O Jacaré é uma paisagem inesquecível que vem atraindo turistas de todo o mundo, principalmente os que viajam em embarcações, pois além da beleza, em Jacaré os velejadores e iatistas encontram um ponto de apoio para a manutenção dos barcos. Por tudo isto a praia de Jacaré se tornou, nos últimos anos, parada obrigatória para os estrangeiros que visitam a Paraíba.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Recife x João Pessoa – 15 de Setembro.

Saímos de Recife as 11:30. O vendo estava sudeste, e pegamos uma corrente contra até sairmos da entrada do canal do porto de Recife. Após os arrecifes a corrente passou a nos ajudar. Fizemos uma navegada bem costeira mas bem desconfortável, o barco balançou muito e abrimos apenas a genoa. O tempo todo deu para ver o continente e o celular pegou a maioria do tempo. Quando anoiteceu deu para ver perfeitamente as luzes das cidades.


Entramos no estado da Paraíba as 17:30 e chegamos ao porto de Cabedelo um pouco antes das duas da manhã. Na hora de recolher a genoa um cabo escapou e ela deu varias voltas nela mesmo, deu muito trabalho para desenrolar o emaranhado de cabos, e o pior era que estávamos entrando nas balizas do porto, e ainda tinha um navio entrando e querendo que saíssemos do caminho dele! Aconteceu tudo ao mesmo tempo.  As 2:30 já estávamos navegando no Rio Paraíba. Começou a ventar um pouco mais e a fazer muito frio. Cheguei a vestir 2 casacos e ainda continuava com frio.
As 3:45 da madrugada ancoramos na praia do Jacaré, uma espécie de point entre os velejadores que chegam ao Brasil.
Quando fomos dormir já tinha até galo cantando! O pior é que a praga do galo cantou até as 5.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

WA WA TOO X "Pirajá"

O vídeo abaixo foi gravado segunda-feira, 06 de Setembro de 2010, um pouco antes das 18h. estávamos próximos a divisa de Sergipe com Alagoas, após a passagem de uma pequena tempestade local.
O WA WA TOO parece mais uma lancha!